quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Os Livros da Minha Vida...


"As tranças de Inês" foi o primeiro romance de Rosa Lobato Faria, que li. Baseado, muito mais na lenda do que em factos reais da história de Pedro e Inês de Castro, é um romance apaixonante, sobre a intemporalidade do Amor, o poder do universo feminino, e alguns dos maiores mistérios da existência humana, numa viagem alucinante que vai alternando os tempos Passado, Presente e Futuro. 

Palavras em português...

Palavras em português... e no feminino!!!


Português de Portugal - "A Pele Que Há em Mim" (Márcia)




Português do Brasil - " As Palavras" (Vanessa Da Mata)


Sem palavras...


Palavras eternas...

" Eu...eu... nem eu mesmo sei nesse momento... eu... enfim, sei quem eu era, quando me levantei hoje de manhã, mas acho que já me transformei várias vezes desde então!"

Alice in "Alice no País das Maravilhas" (Lewis Caroll)

Nos olhos de um gato...



Poema do Desamor



Desmama-te, desanca-te, desbunda-te

Não se pode morar nos olhos de um gato!


Beija, embainha, grunhe, geme

Não se pode morar nos olhos de um gato!


Serve-te, serve, sorve, lambe, trinca

Não se pode morar nos olhos de um gato!


Queixa-te, coxa-te, desnalga-te, desalma-te

Não se pode morar nos olhos de um gato!


Arca, arqueija, moleja, aleija

Não se pode morar nos olhos de um gato!


Ferra, marca, dispara, enodoa

Não se pode morar nos olhos de um gato!


Faz festa, protesta, desembesta

Não se pode morar nos olhos de um gato!



Arranha, arrepanha, apanha, espanca

Não se pode morar nos olhos de um gato!



Alexandre O'Neill


Alexandre O'Neill pela voz de Tiago Bettencourt


quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Sem palavras...


Palavras em português...




NÓS SOMOS



Como uma pequena lâmpada subsiste 

e marcha no vento, nestes dias,

na vereda das noites, sob as pálpebras do tempo. 





Caminhamos, 

um país sussurra, 

dificilmente nas calçadas, nos quartos, 

um país puro existe, homens escuros, 

uma sede que arfa, 

uma cor que desponta no muro, 

uma terra existe nesta terra, 

nós somos, existimos 






Como uma pequena gota às vezes no vazio,

como alguém só no mar, caminhando esquecidos,

na miséria dos dias, nos degraus desconjuntados,

subsiste uma palavra, uma sílaba de vento,

uma pálida lâmpada ao fundo do corredor,

uma frescura de nada, nos cabelos nos olhos,

uma voz num portal e a manhã é de sol,

nós somos, existimos.





Uma pequena ponte, uma lâmpada, um punho,

uma carta que segue,

um bom dia que chega,

hoje, amanhã, ainda, a vida continua,

no silêncio, nas ruas, nos quartos, dia a dia,

nas mãos que se dão,

nos punhos torturados,

nas frontes que persistem,

nós somos, existimos. 





 António Ramos Rosa

O outono

Palavras eternas...

"Se eu te pudesse dizer

O que nunca te direi

Tu terias que entender

Aquilo que nem eu sei."



Fernando Pessoa



Sem palavras...


Contos escritos por mim...

Da Minha Illha

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Palavras eternas...


«Alice: Quanto tempo dura o que é eterno?
  Coelho:
Às vezes, apenas um segundo.»



CARROLL, Lewis, Alice no País das Maravilhas

Os Livros da Minha Vida....


Descobri os livros de David Soares há poucos anos, através de uma amiga. Hoje, sou uma grande fã deste tipo de literatura que mistura o histórico, o esotérico e o fantástico, e de David Soares em particular. Este, em especial, não devem perder!

"Lisboa Triunfante" é um romance épico sobre a rivalidade entre duas figuras misteriosas, cuja contenda milenária se cruza com a história da capital portuguesa."A raposa e o lagarto, duas entidades que não se confrontam diretamente, mas servem-se antes, de figuras da nossa História para levar avante os seus propósitos; figuras como Aquilino Ribeiro, Frei Gil de Santarém, D. João V, Mestre Boytac, entre muitas outras figuras de menor relevância da História de Portugal, mas de igual relevância para o romance. É um confronto milenar que começa ainda na pré-história e se estende até aos nossos dias. O cenário é uma 'Lisboa Mágica', como diz David Soares, e mais mágica ainda, para aqueles que a conhecem bem.

Palavras em português...


Alexandre O'Neill na voz de Mariza


Há palavras que nos beijam 
Como se tivessem boca,
Palavras de amor, de esperança,
De imenso amor, de esperança louca.

Palavras nuas que beijas
Quando a noite perde o rosto,
Palavras que se recusam
Aos muros do teu desgosto.



De repente coloridas
Entre palavras sem cor,
Esperadas, inesperadas,
Como a poesia ou o amor.

(O nome de quem se ama
Letra a letra revelado
No mármore distraído,
No papel abandonado)

Palavras que nos transportam
Aonde a noite é mais forte,
Ao silêncio dos amantes
Abraçados contra a morte.


Alexandre O'Neill